Te apresento ao hospício.

Vocês bem sabem que eu sou estranha. Se não sabem, perceberão. Meu objetivo não é causar a reflexão de ninguém, apenas expor as minhas. Porque tinha de fazer isso em algum lugar. Se ajudar alguém, ótimo. Mas eu digo e repito, psiquiatria pro bono não é meu forte e eu não pretendo mudar isso. Para os que não entenderam, EU NÃO SOU UM OUVIDO AMBULANTE, tampouco ombro para que chores em cima. Se contradisse isso sem me consultar, você é só um emo abusado de quem eu muito provavelmente não gosto. Agora que cumpri minha meta de assustar-lhes, podem ler meus grandes e confusos textos. Ou não. Como diz minha esposa Priscila, tudo é relativo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Regras Básicas da óptica - Espelhos Planos

Tenho em minha mente que é perfeitamente normal que uma pessoa baseie-se em outra para o que quer que seja. Tenho, também, uma opinião muito forte sobre os limites dessa característica tão mundana. Tenho ainda muitos indivíduos ultrapassando esse limite hoje em dia.

Sendo moderadamente curta e de certo um pouco grossa, pensem por si mesmos. Ou ao menos tentem. Caso falhem na façanha da sinapse, arranjem outra pessoa que exercite seus neurônios espelho. Ninguém sabe ao certo como eles funcionam, mas a partir do momento em que isso é testado em mim, a coisa vira pessoal. Você não me quer como seu objeto de estudo, aviso desde já pois não pretendo ser cooperativa.

Seu primitivo córtex pré-motor é movido pelas ideias alheias? Realmente não sinto por você, e sim pelos outros... Afinal, você tem 20 bilhões de neurônios, e não conseguiu convencer nem um deles a ter uma ideiazinha própria, não é mesmo? Digo que sua falha é pouco poder de persuasão. Treine bastante na frente do espelho, ao invés de ser o meu. Isso, no seu caso, aumenta o carisma. No meu é só encheção de saco. Passar bem.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Carta para você

Caro engano meu,


Temos umas poucas contas a acertar. Digo mais literalmente do que imaginas, tendo que as contas que você resolveu por conta própria estão irremediavelmente errôneas. Também não basta ser falho em matemática, quase fico desgostosa da vida ao observar sua gramática oscilante. Algo que também me incomoda é a sua mínima capacidade de assimilação, e sua constante burrice ao subestimar-me. Terrível é esse erro, lembre-se que a qualquer hora irei lhe surpreender, será pego na armadilha cuja própria armação é de sua e somente sua autoria.

Vejamos; Fico aqui pensando comigo mesma, coisa terrível de se fazer, e a única conclusão que me atinge no final da estrada é que seu problema é raiva mal direcionada. Já tentou achar um alvo definido para seu sentimento, meu caro? Aquele alvo que, com sua mínima determinação, irá sofrer realmente, e não somente rir de seu esforço? Essa minha sugestão se baseia na óbvia realidade, você só se mistura por um período considerável de tempo com os que são da sua laia. Não há de lançar-se o desafio de aturar alguém mais baixo e muito menos desafiar um indivíduo superior. Ou será que há? Não traçarei padrões. Entende o porquê, certo? Nunca, nunca subestimo ninguém. Por mais insignificante que ele certamente me pareça.

Atenciosamente,

Sua piedosa adversária.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cruzo as mãos mesmo achando esse gesto vazio; Não há fé. É assim a esperança de um ateu. Ouço citações da bíblia mesmo sendo esta apenas mais um livro que não lerei; É assim a desatenção do ateu. Penso nas razões e apenas nelas, afinal acho utópica a existência de uma razão com consciência... É assim a reflexão de um ateu.

Minhas incertezas não se explicam pela metade, um Deus que não se faz presente não é o bastante.
Minha ausência de fé parece incomodar a todos, menos a mim mesma...

Talvez eu tenha pena e inveja de Deus. Talvez a contradição faça-me ir pelo caminho mais fácil; Ignorar a estrada paralela que todos parecem levar. Quem nunca ouviu que o caminho mais fácil nem sempre é o certo?
É assim a opinião de um ateu. Pelo menos a minha. Há vários tipos de ateus. Há individualidade. Dentre nós, ao menos...
Sou apenas uma. Talvez algum dia encontre uma companhia.
Caso contrário, provavelmente não recorrerei a Deus. O silêncio dobra meu ceticismo. Nem Ele e nem seus bilhões de discípulos mudarão meu silêncio. Por dentro, minha mente cala-se. Deixa-se levar. Dentro só há música. E incertezas. E ceticismo. A essência de um jovem. No final, a individualidade é apenas uma ilusão. Somos humanos, independente do que nos espera e antecede nas extremidades desse fato. O nascimento e a morte. Inevitáveis.
Sejam humanos; Creiam na ilusão da individualidade. Pois eu, incrédula em seu mestre, vivo da ilusão da paz.

sábado, 24 de abril de 2010

Doçura de pessoa.

Inimizades fazem sim parte da vida. Frustrações, mágoas, ódio. Eu pessoalmente já quis matar muita gente, e com motivo pouco. Porém, minha mensagem hoje é simples e direta: Nada disso muda o fato de que eu tenho uma, duas, talvez três pessoas que me amam pelo que eu sou. Difícil, concordo. Porém há mau gosto para tudo. E só por causa disso, nada do resto importa. Pelo menos quando eu paro para pensar e coloco minha vida em uma balança. Eu tenho sonhos, amigos e um cérebro hábil o suficiente para mandar seu ego para o inferno. Se quiser testar, não vou impedir-lhe. Isso até faz parte de minha diversão diária. Mas não, eu não vou me afetar com brigas. Ao menos não por muito tempo. E principalmente, nunca vou desistir. Simples, eu não desisto. Você irá morrer tentando, e prometo que acho um lugar digno para seu enterro. Enquanto isso, eu e meus amigos sorrimos. Meu melhor amigo é meu ego, tendo ele as falhas que tem. Protejo-o com a minha vida. Não perturbe.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Confusão Fútil?

Alguém terá de me explicar como isso funciona. Como a instabilidade de idéias de um pode ser mais relevante do que a de outros, isso quando a idéia de que somos todos iguais já é aceita? Pergunto-me se algum dia irei olhar para mim mesma e verei que sou digna de ter meus altos e baixos sem soar... fútil. Se, por ser uma pessoa de princípios, terei também meus direitos. Algo que descobrirei futuramente irá abrir essa porta para mim? A porta para ser plena em minhas dúvidas? E ao desmembrar infinitas vezes minha pergunta inicial, percebo que todos temos tudo isso. Que somos humanos e temos direito de sermos assim, e que quem contesta tal fato realmente é quem não merece ter os direitos que tem.

Às vezes o problema é pensar de menos. Comigo e para muitos outros, o problema é pensar demais. O meio termo é nossa meta. Afinal o extremo em que estamos já se mostrou um tanto quanto antiprático, e a outra ponta é como o zero absoluto para a Física, onde as partículas de nossa confusão não terão mais movimento algum. Estou certa em afirmar que um certo grau de confusão é melhor do que a inércia das dúvidas? Talvez. Nunca experimentei. Como diria Clarice Lispector, me sinto muito mais completa quando não entendo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aguente o silêncio. O seu e o alheio.

Por que nos sentimos tão mal? E por que quando nos sentimos assim, parece que é quando ninguém tem paciência para nos ouvir? E quem normalmente teria ouvido justo nessa hora precisa do nosso ombro? Por que um pensamento extremo é tachado como loucura ou outro rótulo que nunca seria apropriado? Por que às vezes queremos morrer e matar? Eu me pergunto entre outras. É a guerra. Guerra interna que ocorre com os que pensam. Aquela que às vezes só quer lutar para sair na superfície, se demonstrar, gritar a todos o seu poder. Porém nesse caso bem específico a ação ou até mesmo a violência não são sinônimos de força. Pelo contrário. Nesse curto momento intenso, o que mede a força é a duração de seu silêncio. Pense nos torturados da época da ditadura e veja se aqueles donos dos nomes que lhe saltam à mente como pessoas que você admira desistiram do silêncio; Não. Eles foram fiéis a ele até que o outro lado cedeu. E as cicatrizes que ficaram não são apenas as visíveis; A cicatriz do silêncio é invisível e nunca se fecha por inteiro. Mas vale a pena.
Portanto quando um amigo seu ficar quieto, respeite-o. Ao menos isso. Porque de duas uma: Ou ele é mais corajoso do que você ou é burro demais para perceber que há uma luta. Os burros precisam de seu espaço, afinal apesar de tudo são felizes.
É um mundo corajoso esse nosso. Não?

(Música: This is War - 30 Seconds to Mars)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma época de merdas fantasiosas

Essa data não significa nada para mim. Carnaval. Feriado. Tempo para dormir, mesma coisa. Sair da rotina não é tão especial quando você entra em outra rotina, a de férias, porém com a consciência de que em alguns dias terá de abandoná-la de novo. E mesmo nessa constância, eu não sinto vontade de ter uma vida social animada. Talvez, às vezes, contato com pessoas faça falta. Bem, recentemente não tenho sentido tal coisa. Muita gente - gente que teve paciência e capacidade de me julgar - diz que isso é antissocialismo. Eu não digo mais nada. Não penso mais sobre o que ocorre comigo, sobre os pequenos dramas de minha vida ou as rotinas em que me alterno. Hoje em dia minha vida se resume ao nada. E isso basta.